Onde chegamos sem ao menos termos saído... Em um casamento na praia, lá nos faríamos presentes como protagonistas. E tudo mais que imaginávamos um dia se encaixar quase que perfeitamente num futuro incerto, mais do que certo aos nossos olhos, agora perdido em um passado nunca esperado, porém mais breve do que se imaginaria. Enrolados em traços fictícios baseados na busca de fatos reais, traçamos, retraçamos... Destroçado. Quiçá?
Levianos que fomos, segurando aquilo que não estava ao nosso alcance, culpa de tudo parecer inexistente à cada conversa que parecíamos resolver tudo antes mesmo de existir. Culpa de estarmos alimentando sentimentos e vontades, mesmo com nada consumado. Culpa do relicário fantasioso de momentos. À nós, culpados. "E não é que eu estou virando uma adolescente demasiada romântica e sentimental que idolatra autores, ou autor. É que não podia negar o meu sangue lusitano, e o romantismo que diria eu: faz parte da herança genética. Blá, blá, blá...(kkkk)."
Brincar com o futuro parecia o nosso melhor contentamento pra descartar o presente faltante, e nele nos perdíamos, fomos e não voltamos. Devaneio, insanidade, amor, chama-lhe o que quiseres. Porém foi um jogo de raciocínio, uma brincadeira sadia, então sobra-lhe o que? E sem saber o infortúnio que nos preparara o tão esperado Oasis, continuávamos desejando, esboçando, até que o presente se fez presente e foi como tirar doce da boca de criança.
Através dos olhos escorreu, derretido, aquilo que achava ter congelado dentro de mim. E espelhada às minhas limitações não queria ver um outro alguém contido à elas. Mas mesmo sabendo que não posso nem mais pensar em futuro, nem viver presente... Inconformada, ainda imagino e navego em linhas ainda não escritas. E me perco em olhares ainda não vistos, carícias ainda não permitidas. E sei então que nada foi em vão.
Pergunto-lhe: que horas são? E o futuro daqui à dez minutos, será? Então pode ter algo em nossas mãos, algo que não se perdeu diante de nós mesmos. E levianas crianças se desenrolarão e saudarão o amanhã e mesmo que não chegando ao Oasis, ainda existirá o Nirvana, perdidas não ficarão. E o que não acontecera, acontecerá?